O número de jovens brasileiros com idades entre 15 e 29 anos que não estudam, não trabalham e não procuram emprego já chega a 8,8 milhões no País, aponta pesquisa do Ipea
rebeka.figueiredo@folhauniversal.com.brRebeka Figueiredo | Arte: Eder Santos
Eles não estudam, não trabalham e não procuram emprego. Conhecidos como “nem nem”, os jovens ociosos entre 15 e 29 anos já somam 8,8 milhões no País – o que representa mais de 17% dos brasileiros nessa faixa etária. Levantamento publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no fim do ano passado mostra que o número de jovens nessa situação aumentou em 708 mil de 2000 a 2010.
Os motivos que levam ao abandono da escola e do trabalho podem ser bastante diversificados.O certo é que a geração “nem nem” é um fenômeno de consequências perigosas para o futuro dos jovens e do País, como alerta Solange Kanso, uma das autoras da pesquisa. “Com pouco estudo e baixo rendi mento, o jovem não consegue se preparar para o mercado. Não estar inserido no mercado resulta em renda ainda menor e isso afeta a frequência escolar, vira um ciclo vicioso”, explica.
Segundo a presidente do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), Ângela Guimarães, a violência e a falta de políticas para a juventude contribuem para engrossar a fila de jovens desocupados. “É necessário reconhecer a identidade juvenil, criar ações específicas e combiná-las com políticas de combate à miséria, pois mais de 80% deles são pobres”, argumenta.
Maria Virgínia Freitas, coordenadora da área de juventude da Ação Educativa, aponta que o número significativo de mulheres com responsabilidades domésticas revela a necessidade de ações de apoio para que elas voltem a estudar e a trabalhar. “Há muitas mulheres negras, pobres e mães que estão dentro de casa cuidando dos filhos ou de irmãos mais novos”, salienta, lembrando que algumas iniciativas do governo federal, como o ProJovem Urbano, já mostram uma preocupação com isso. Destinado a pessoas de 18 a 29 anos que não concluíram o ensino fundamental, o ProJovem Urbano promove a reinserção na escola e no trabalho e oferece salas de acolhimento para crianças. Assim, as mães também podem participar.
FONTE:http://www.folhauniversal.com.br/capa/noticias/geracao-%E2%80%98nem-nem%E2%80%99-16918.html
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